terça-feira, 28 de outubro de 2008

Anos 80!!!!!!!!!!!!

O rock brasileiro da década de 80, ou melhor, o pop rock nacional dos anos 80, foi um movimento musical que surgiu no ínício da década. Foi batizado por Nelson Motta como BRock. É caracterizado por influências variadas, como a new wave, o punk, o pop e, em alguns casos, ritmos como o reggae. As letras das músicas falam na maioria das vezes sobre amores – sejam eles perdidos ou bem sucedidos - e algumas temáticas sociais. A maioria das bandas falava destes assuntos, sem deixar a música pesada emocionalmente. Estas temáticas eram abordadas muitas vezes em tom de brincadeira, outra característica marcante do movimento. Além disso, o visual também era próprio da época; cabelos armados, gel, roupas coloridas e extravagantes completavam o figurino de muitas bandas do movimento. Tudo isso tinha influência principalmente de bandas do rock inglês e americano da mesma época, como The Cure (banda inglesa) e Kiss (banda americana), para citar dois exemplos.

Seu começo deu-se com o surgimento da banda Blitz, com o grande sucesso da música "Você não soube me amar", em 1982, tendo integrantes como Lobão, Evandro Mesquita e Fernanda Abreu, hoje artistas conhecidos no Brasil. A banda lançou produtos como revistas em quadrinhos e álbuns de figurinhas para as crianças, devido à popularidade com este público específico. O auge da banda acontece em 1985, no show do Rock in Rio. Liderada por Evandro Mesquita, a Blitz tinha como característica marcante as performances teatrais no palco, como uma grande brincadeira que animava o público que comparecia aos shows. A apresentação não era só musical: reunia música e muita interpretação, o que tornaria o show da banda um referencial de espetáculo entre os músicos que começavam a surgir. O sucesso da Blitz foi a porta de entrada para outras bandas que ensaiavam escondidas em suas garagens.

São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Brasília pipocavam bandas no ínicio dos anos 80. No sudeste do país, o Rio de Janeiro revelou vários conjuntos. Os shows no “Circo Voador”, local que se tornou o berço de várias bandas que estouraram naquela época, revelaram Paralamas do Sucesso, Kid Abelha e Os Abóboras Selvagens, Gang 90, Barão Vermelho, entre outras. Destas, as que tiveram mais destaque (e continuam tocando e fazendo relativo sucesso até hoje) são os Paralamas, Kid Abelha e Barão Vermelho.

As três bandas citadas reúnem muitas das características já mencionadas do rock da época. Os Paralamas do Sucesso, por exemplo, apostaram, com ênfase nas músicas do disco Selvagem?, de 1986, na mistura do rock com reggae e ritmos africanos. Tudo isso, adicionado a um apelo pop influenciado pelo rock inglês da época, formou um tipo de som considerado revolucionário por público e crítica daqueles anos. Estas características podem ser vistas em músicas como "Alagados" e "A Novidade". A banda também mostrou, principalmente no disco anterior,“O Passo do Lui”, muitas influências da banda inglesa “The Police”.

O Kid Abelha apostou mais no som com influências do pop, da new wave e da jovem guarda. Músicas como “Por Que Não Eu?”, “Como Eu Quero”, “Pintura Íntima” e “Fixação” são exemplos das características mais marcantes da banda na época.

Já o Barão Vermelho fixou-se no rock mais tradicional, aliado à força das letras do vocalista Cazuza. No início da banda, no começo da década de 80, as principais influências eram o blues e o rock'n roll clássico de bandas como os Rolling Stones. Canções como “Maior Abandonado”, “Beth Balanço” (ainda com Cazuza na banda) e “Pense e Dance” (com Roberto Frejat assumindo os vocais depois da saída de Cazuza em carreira solo) são sucessos do Barão Vermelho na época.

As bandas paulistas também tiveram importante papel no cenário que havia se formado. Algumas das principais referências vindas deste estado eram Ultraje a Rigor, RPM, Titãs e IRA!.

Influenciados pelo punk e pelo rock mais pesado, IRA! e Titãs trilharam caminhos parecidos naquela década. Ambas tiveram como característica os altos e baixos nos números de vendas de discos. Além disso, uma curiosidade que liga especialmente as duas bandas: em 1985, Titãs e IRA! trocam de bateristas, saindo Charles Gavin do IRA! e indo para os Titãs, e André Jung fazendo a trajetória inversa. Ambos ainda tocam com suas respectivas bandas até hoje.

O Ultraje a Rigor, a exemplo do Barão Vermelho no Rio de Janeiro, apostou todas as fichas na força do puro rock'n roll. Mas as duas bandas tinham uma grande diferença. Enquanto a banda liderada por Cazuza e Roberto Frejat calcava a carreira cada vez mais na seriedade das letras (que questionavam, entre outros assuntos, as condições da sociedade da época), a banda liderada por Roger Moreira falava destes problemas com ironia e deboche. Músicas como "Inútil" - citada até pelo político Ulisses Guimarães na época das "Diretas Já" - viraram hinos da juventude bem humorada e cansada dos tempos difíceis da ditadura, tanto pelo aspecto econômico quanto por outros problemas que cresceram no país, durante os anos 80. Curiosidade: o riff de guitarra de "Inútil" foi composto pelo guitarrista da banda na época, Edgar Scandurra, que depois se tornaria guitarrista e principal compositor do IRA!.

São Paulo trouxe à tona também o maior fenômeno de vendas das bandas dos anos 80. O RPM, liderado pelo carisma do vocalista Paulo Ricardo, quebrou recordes de vendagens de discos e de shows no país, em um fenômeno nunca antes visto em terras brasileiras. Faixas como “Rádio Pirata”, “Louras Geladas”, “Olhar 43” e “A Cruz e a Espada”, do primeiro disco da banda, "Revoluções Por Minuto", foram sucessos em rádios de todo o Brasil. Para aproveitar o sucesso, um ano depois do primeiro disco eles lançam “Rádio Pirata Ao Vivo”. As versões ao vivo de músicas já consagradas do primeiro álbum, mais faixas inéditas (“Alvorada Voraz”) e covers (“London London”, de Caetano Veloso) agradaram em cheio o público, fazendo com que o álbum vendesse 2,2 milhões de cópias. As características da banda são baseadas na mescla de teclados, sintetizadores, guitarras e baterias eletrônicas em alguns momentos, aliados ao vocal carismático de Paulo Ricardo, que virou símbolo sexual da época.

O Rio Grande do Sul, apesar de afastado do eixo Rio - São Paulo, revelou bandas importantes do cenário rock dos anos 80. Os destaques foram as bandas Engenheiros do Hawaii e Nenhum de Nós, que continuam fazendo shows e discos.

Os Engenheiros do Hawaii surgem no ano de 1986, com o disco “Longe Demais das Capitais”. As letras do vocalista Humberto Gessinger chamaram a atenção pela crítica ácida aos padrões da sociedade da época e, durante os discos seguintes da banda, arrebanharam milhões de fãs fiéis em todo o país. Durante a década de 80, a característica principal da sonoridade dos Engenheiros era o entrosamento dos três integrantes. Humberto Gessinger, que assume o baixo no segundo disco, "A Revolta dos Dândis", de 1987; Augusto Licks, guitarrista que se junta à banda depois do lançamento do primeiro disco; e Carlos Maltz, baterista, eram os músicos que tinham como influências bandas como o "Rush" e "Emerson, Lake and Palmer", sempre misturando o rock com as sonoridades tradicionais gaúchas, do estado do Rio Grande do Sul.

O Nenhum de Nós nasce em 1987, com o disco "Nenhum de Nós". A banda, liderada pelo vocalista e baixista Thedy Corrêa, tinha influências de rock inglês, música folk americana e elementos da música regional gaúcha, a exemplo do Engenheiros do Hawaii. As características da banda são vistas em músicas como "Camila, Camila" e "Astronauta de Mármore", uma versão de "Starman" do roqueiro inglês David Bowie

Hoje em dia, há uma movimentação que mostra algumas bandas do BRock voltando à ativa, mesmo que apenas para shows. O saudosismo do público com os artistas daquela época colabora para que a "onda anos 80" esteja mais forte do que nunca, marcando inúmeros lançamentos de coletâneas de discos, livros sobre a época e sites de discussão na Internet

em Brasília existia uum circuito de bandas. Tudo começou com o Aborto elétrico (1980), banda punk formada por Renato Russo(voz e guitarra),Fé Lemos(bateria) e seu irmão Flávio Lemos(baixo). no ano em que o aborto se separou surgiram as bandas de Brasília Plebe Rude,Legião Urbana e Capital Inicial, que depois se tornaram famosas.

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