quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Essa não podia falta também!!!!!


Os Cascavelletes

Cascavelletes surgiu de uma dissidência do TNT, quando Flávio Basso e Nei Van Sória saem do grupo pouco antes do lançamento do primeiro Lp, em 1987. Boatos que atravessam o tempo afirmam que Charles Master & cia. não aceitaram as letras "pornobilly" de Flávio & Nei Van Sória, e estes formaram os Cascavelletes para poder tocar (e gravar) suas músicas, depois de convocar Alexandre Barea pra bateria e Frank Jorge pro baixo.
Esta foi certamente a melhor banda de rock do país se for levado em conta a do pessoal. Todos com 15/16 anos de idade, escorrendo hormônios pelos poros e cuspindo técnica e profissionalismo que poucos veteranos conseguem. Só vendo eles ao vivo para entender o caos anfetamínico único que estourava sob o palco num show dos Cascavelletes - mas um caos apenas coreográfico, porque os meninos tocavam ao vivo como gente grande toca em estúdio. A maior prova disso é que hoje em dia Frank Jorge, Nei Van Sória e Flávio Basso (Jupiter Apple), todos com seus trinta e pouco anos de idade, são a turma mais criativa do rock nacional atual.
Por volta de 1987 gravam uma fita-demo com 15 músicas, a melhor já lançada no mundo. (Quem não concorda que traga uma fita-demo melhor à redação ou cale-se para sempre!) O sucesso da garage band foi tremendo, a capital gaúcha estava sendo assolada por uma nova febre, semelhante ao que houve com os Beatles em Londres.
Marcel Plasse, repórter da velha Bizz, relembra para a PROTONS como era o fenômeno Cascavelletes: "...ao vivo são um inferno! Flávio Basso se transforma num clone de garagem turbinada de Mick Jagger, mimetizando o gestual do cantor como se tivesse assistido mil horas de clips e shows em sessão contínua, madrugadas a dentro. Nei Van Sória e Frank Jorge fazem os backings na cadência dos yeah-yeahs dos beatles. E o baterista Alexandre barea incorpora Keith Moon. As moçinhas gritam e arrancam os cabelos!"
Em 1988 gravam um disco independente (Lp/Ep "Os Cascavelletes") depois da insistência do público por um lançamento em vinil. E é claro, vende como água e se esgota rapidamente das lojas. Vinha com um arte maravilhosa e seis canções das mais brilhantes (inclusive o sucesso "Menstruada" que havia sido censurado nas rádios). A sonoridade tinha sido mudada, e assim seria até o fim do grupo, mas Flávio cantava como nunca, e isso era o que importava. O disco rolva na íntegra nas rádios gaúchas até a exaustão!
Em 1989, logo depois que Frank Jorge abandona a banda para dar rumo ao Graforréia Xilarmônica, eles lançam o Lp "Rock'a'ula", com um encarte com fotos glam rock capaz de deixar os New York Dolls se roendo de inveja! Nesse petardo estão clássicos definitivos de toda e qualquer festinha ("Gato Preto", "Nega Bom Bom", "Baby Satanás", "Lobo da Estepe", ...)
Em 1991, já com novos integrantes (Luciano Albo no baixo e Bluesman nos teclados), os Cascavelletes lançam um compacto essencial, "Homossexual"/"Sob Um Céu de Blues". Algum tempo depois, infelizmente, o grupo de rock mais querido do mundo termina suas atividades por decisão de Nei Van Sória.
Flávio Basso retorna ao TNT tentando reerguer a banda (gravando inclusive uma música em 1992: "Você") mas não dá certo, e a banda termina pouco tempo depois. Segue então em carreira-solo como Júpiter Maçã, depois Jupiter Apple, e finalmente alcança o reconhecimento de crítica e público que sempre mereceu. Nei Van Sória chega a fazer algumas participações no Colarinhos Caóticos até estrear em cd em carreira-solo.
Cascavelletes, "a maior banda de rock and roll do mundo", segundo o próprio Flávio Basso, deixou saudades nos corações de todos os amantes do bom rock. Já os que não conhecem, só saem perdendo por não saberem sobre a banda mais enérgica e empolgada que já subiu num palco desse país.

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